Bebê sofre fratura na perna durante parto em hospital na Serra, denuncia mãe

Uma denúncia feita por Camila Lopes Mercês, de 27 anos, trouxe à tona um grave episódio ocorrido durante o parto de sua filha, no último dia 12 de maio. A bebê nasceu no Hospital Municipal Materno Infantil da Serra (HMMIS), no Espírito Santo, com uma fratura no fêmur, supostamente causada pela forma como foi retirada do útero.
Segundo a mãe, a criança demonstrava sinais de dor intensa desde o nascimento, mas só teve a perna imobilizada na madrugada do dia seguinte, após confirmação da fratura.
Bolsa rota e demora na conduta médica
Camila conta que deu entrada na unidade hospitalar ainda na madrugada, após o rompimento prematuro da bolsa – uma condição conhecida como amniorrexe. De acordo com seu relato, o líquido amniótico saiu por cima, o que confundiu a equipe de plantão. O médico responsável, incerto sobre a situação, preferiu mantê-la sob observação até consultar uma colega.
Depois de nova avaliação e de confirmar, por ultrassom anterior, que o bebê estava em apresentação pélvica (sentado), o profissional informou que a cesariana seria realizada caso o trabalho de parto se iniciasse. Caso contrário, a equipe da manhã reavaliaria com novo exame de imagem.
Cirurgia sem ultrassom e abandono de sala
Com a troca de plantão, Camila foi informada por outro obstetra de que a cesárea seria realizada. No entanto, ela afirma que o novo médico sequer a examinou ou solicitou ultrassom antes de conduzi-la à sala cirúrgica.
"Entrei na sala de cirurgia e ele saiu logo em seguida para acompanhar um parto normal. Fiquei sozinha por mais de meia hora até que ele voltou com uma médica, que parecia estar em treinamento", lembra Camila.
Durante o procedimento, o obstetra teria orientado a residente a manipular o bebê dentro do útero. "Ele dizia: 'gira, procura a cabeça'. Foi um parto demorado. Depois, mandou que ela puxasse a bebê pela perna", relatou.
“Você só aprende me vendo errar”, teria dito o médico
A cena descrita por Camila é dramática. Segundo ela, ao seguir a orientação do médico e puxar a criança pela perna, a residente fez com que a maca tremesse. Logo após o nascimento, a equipe de pediatria entrou na sala e levou a recém-nascida.
Somente horas depois foi constatada a fratura no fêmur da bebê. A lesão, segundo a mãe, teria sido provocada pela maneira como o parto foi conduzido.
Até o momento, o hospital não se pronunciou oficialmente sobre a denúncia. A família deve registrar queixa formal junto às autoridades de saúde e busca responsabilização pela conduta médica.
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