• Cachoeiro de Itapemirim, 03/09/2025
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Operação contra fraude bilionária em combustíveis chega ao Espírito Santo


Operação contra fraude bilionária em combustíveis chega ao Espírito Santo

Uma operação de grande porte contra um esquema de adulteração de combustíveis movimentou o Espírito Santo nesta quinta-feira (28). Batizada de Carbono Oculto, a ação é conduzida por uma força-tarefa nacional e mira uma rede criminosa com ramificações ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) confirmou que, por meio do Gaeco-Central, deu apoio à ofensiva e cumpriu um mandado no Estado. O órgão, no entanto, não detalhou se a medida foi de busca e apreensão ou de prisão.

De acordo com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), cerca de 1.400 agentes participam da operação em oito Estados: Espírito Santo, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

As investigações revelam que mais de 350 pessoas físicas e jurídicas estão envolvidas no esquema, acusado de adulterar combustíveis, lavar dinheiro, fraudar o fisco, praticar estelionato e cometer crimes ambientais. O prejuízo aos cofres públicos chega a R$ 7,6 bilhões.

O caminho da fraude

O coração do golpe estava na importação irregular de metanol, produto tóxico e inflamável. O insumo entrava pelo Porto de Paranaguá (PR), mas era desviado para transportadoras e distribuidoras da quadrilha com documentos falsos e sem qualquer cuidado de segurança.

Misturado aos combustíveis, o metanol aumentava os lucros do PCC. Para ampliar o negócio, a facção passou a comprar postos de gasolina e integrá-los ao esquema.

“Vale destacar, ainda, que proprietários de postos de gasolina, que venderam seus estabelecimentos comerciais, não receberam os valores da transação e foram ameaçados de morte caso fizessem qualquer tipo de cobrança”, informou o MP-SP.

Além do Ministério Público de São Paulo, participam da operação o Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal (PF) e as polícias Civil e Militar dos Estados envolvidos.

Lavagem de dinheiro via fintechs

O rastreamento do dinheiro mostrou outro braço da fraude: fintechs criadas pelo crime organizado para mascarar as transações.

“As fintechs operavam com contabilidade paralela, permitindo transferências entre empresas e pessoas físicas sem que os beneficiários finais fossem identificados”, disse o MP-SP.

Parte do dinheiro foi usada para comprar usinas de cana-de-açúcar, distribuidoras, transportadoras e postos de combustíveis, ampliando o poder financeiro e territorial da facção.

O
Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado de São Paulo (CIRA/SP) já anunciou medidas para bloquear R$ 7,67 bilhões em bens, valor equivalente ao montante sonegado em impostos.




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