Fiscalização denuncia: todo o esgoto de Cachoeiro foi jogado no Rio Itapemirim sem tratamento
Fiscalização aponta crime ambiental em Cachoeiro e pede abatimento na conta de água e esgoto dos moradores

A BRK Ambiental, empresa responsável pelo saneamento em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, está no centro de uma nova polêmica. A concessionária foi multada depois que técnicos confirmaram que todo o esgoto da cidade vinha sendo jogado diretamente no Rio Itapemirim, sem qualquer tipo de tratamento.
A constatação foi feita pela Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Agersa), que classificou a prática como crime ambiental. Segundo o órgão, o problema já dura pelo menos dez dias, e, nos quatro primeiros, não houve sequer tentativa de tratamento. Outro ponto grave é que a empresa não apresentou nenhum plano de contingência para enfrentar situações como essa.
A Agersa aplicou uma multa de R$ 150 mil. Paralelamente, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente também puniu a concessionária, desta vez em R$ 500 mil.
“Embora a empresa esteja tentando solucionar o problema, na tarde desta quinta a equipe técnica confirmou a continuidade do despejo de esgoto no rio. Dessa forma, uma nova multa deve ser aplicada”, informou a autarquia.
Além das multas, a Agersa anunciou que acionará o Procon para garantir que a população tenha desconto na conta de água e esgoto pelos dias em que o serviço não foi prestado. Pelos cálculos do órgão, a BRK arrecada cerca de R$ 6 milhões por mês apenas com a cobrança do esgoto em Cachoeiro.
Pressionada, a empresa respondeu em nota. Disse que está realizando obras de manutenção preventiva no sistema, com previsão de três meses de duração, e garantiu que a situação já estaria controlada, que o sistema funciona dentro das normas técnicas e ambientais. A BRK também afirmou que prestará todos os esclarecimentos exigidos pelos órgãos de fiscalização.
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