• Cachoeiro de Itapemirim, 03/09/2025
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Brasil terá safra recorde de café conilon em 2025, e Espírito Santo puxa o crescimento


Brasil terá safra recorde de café conilon em 2025, e Espírito Santo puxa o crescimento

A safra brasileira de café em 2025 deve alcançar 55,7 milhões de sacas, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume representa um crescimento de 2,7% em relação ao ano passado e tem como grande destaque o café conilon (Coffea canephora), que registrará um salto histórico de produtividade.

A expectativa é que a produção de conilon chegue a 18,7 milhões de sacas, o maior volume já registrado no país. O avanço é puxado por uma produtividade média de 50,4 sacas por hectare, resultado 28,3% superior ao ciclo anterior.

Já o café arábica, mais sujeito à chamada bienalidade — alternância natural entre um ano de alta e outro de baixa produção —, deve apresentar queda de 6,6%, somando 37 milhões de sacas.

Espírito Santo em alta

O Espírito Santo, maior produtor de conilon do Brasil, será protagonista. A estimativa é de uma colheita de 13,1 milhões de sacas, alta de 33,1% em comparação ao ano passado. A produtividade média estadual deve alcançar 50,7 sacas por hectare, crescimento de 35,5% sobre 2024.

Esse resultado supera inclusive a maior safra já registrada no estado, em 2022, quando foram colhidas 12,4 milhões de sacas.

Dados do IBGE reforçam esse cenário: só a produção capixaba de conilon deve bater 808,9 mil toneladas, o equivalente a 13,48 milhões de sacas. Para o arábica, a projeção é de 189,4 mil toneladas (3,16 milhões de sacas).

Manejo e conhecimento técnico: o segredo do conilon

Apesar dos números impressionantes, especialistas alertam que a produtividade só se sustenta quando há manejo adequado.

“O produtor que erra menos, ganha mais. A informação técnica existe e pode ser aplicada sem grandes dificuldades. O que atrapalha é a desinformação, que leva ao manejo errado e, consequentemente, à perda de produtividade”, afirma o engenheiro agrônomo Alex Campanharo, doutor em Genética e Melhoramento de Plantas e pesquisador da Fazenda Experimental da Ufes em São Mateus.

Ele destaca que, ao contrário do arábica, o conilon não sofre com a bienalidade de forma natural. A alternância de safras, segundo o especialista, é consequência de falhas no manejo.

“O que se faz de estrutura vegetativa em um ciclo é o que se colhe no seguinte. Se o produtor não entende isso, terá um ano muito bom e outro ruim. A chamada bienalidade do conilon é fruto de erro humano, não da planta”, reforça.

Avanços genéticos e qualidade da bebida

Campanharo lembra ainda que o Brasil tem se destacado frente a outros países produtores de robusta por conta da tecnificação das lavouras: uso de clones superiores, irrigação planejada, colheita seletiva e atenção ao pós-colheita, o que também tem melhorado a qualidade da bebida.

Pesquisas da Ufes, do Incaper e da Embrapa resultaram em cultivares de conilon adaptados a diferentes condições de solo e clima. Isso dá ao produtor a possibilidade de escolher materiais precoces, médios ou tardios, ajustados à sua realidade.

“Hoje o conilon consegue expressar alto potencial produtivo em praticamente qualquer ambiente. Mas produtividade não é sinônimo automático de rentabilidade. É preciso planejar desde o espaçamento até o ponto ideal da colheita. Grãos mais maduros garantem maior rendimento e retorno econômico”, explica.

Entre os gargalos que ainda limitam a produção, o especialista cita doenças como a fusariose, pragas visíveis como cochonilha e lagarta da roseta, além de problemas de solo, como nematoides.

Para ele, a assistência técnica é decisiva: “Muitos produtores colocam ali o dinheiro de toda a vida, mas sem saber exatamente o que estão fazendo. Informação e acompanhamento técnico não são gastos, são investimentos para o sucesso”.

Café e pimenta no mesmo palco

Campanharo vai compartilhar sua experiência no evento Empório Pimentas & Cafés, que acontece entre os dias 28 e 30 de agosto, em São Mateus, no Norte capixaba.





















Reconhecida nacionalmente como maior produtora de pimenta-do-reino e pimenta-rosa do Brasil, a cidade estreia a feira que deve atrair 25 mil visitantes. Além da exposição agrícola, a programação inclui gastronomia regional, apresentações de forró e moda de viola, eleição da Rainha da Pimenta e do Café e a primeira edição do Fórum Estadual de Especiarias.




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