O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não poupou ataques nesta terça-feira (26) ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em reunião ministerial no Palácio do Planalto, Lula acusou o filho do ex-presidente de “trair o Brasil” ao apoiar as tarifas de 50% impostas por Donald Trump contra produtos brasileiros.

“Fiz uma relação dos maiores traidores da história da humanidade. O que está acontecendo hoje no Brasil com a família do ex-presidente e com o comportamento do filho dele nos Estados Unidos é possivelmente uma das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus”, disparou.

Lula foi além: afirmou que Eduardo já deveria ter sido expulso da Câmara dos Deputados e o acusou de “insuflar com mentiras e hipocrisia um outro Estado contra o Estado Nacional do Brasil”.

O petista ainda fez questão de marcar posição sobre a política externa: “Aceitamos relações cordiais com todos, mas não admitimos desaforo, ofensas e petulância de ninguém. Se a gente gostasse de imperador, o Brasil ainda seria monarquia. O que queremos é um país democrático, soberano e republicano”.

Tarifas americanas e reação do Planalto

A reunião também teve como objetivo alinhar o discurso do governo diante do tarifaço de Trump, em vigor desde 6 de agosto. Para tentar conter os danos, o Planalto lançou o Plano Brasil Soberano, que inclui manutenção de empregos, devolução parcial de impostos pagos por empresas e a compra de alimentos para escolas, hospitais e Forças Armadas.

Redes sociais e derrota na CPMI
Além da crise comercial, Lula prometeu enviar ao Congresso um projeto para regular as redes sociais. O presidente também comentou a derrota sofrida pelo governo na CPMI do INSS, onde a oposição conquistou a presidência e a relatoria, mesmo com a tentativa do Planalto de emplacar aliados. Partidos que compõem a base, como União Brasil e Progressistas, acabaram fortalecendo a articulação contra o governo.