Um acidente no Elevador da Glória, um dos símbolos de Lisboa, transformou em tragédia a noite desta quarta-feira (03). O bonde histórico descarrilou e bateu contra a fachada de um prédio, deixando 17 mortos e 21 feridos, segundo autoridades locais. Durante a madrugada, o número de vítimas foi atualizado com a morte de mais duas pessoas. Entre os feridos estão ao menos 11 estrangeiros, incluindo uma mulher sul-coreana.

Equipes de resgate ocuparam a estreita rua onde o bonde tombou. Ambulâncias levaram os feridos para três hospitais da capital — São José, Santa Maria e São Francisco Xavier. O trânsito foi bloqueado e a Polícia Judiciária abriu investigação para esclarecer as causas.

Ruptura de cabo é principal suspeita

A hipótese mais forte até agora é que um dos cabos do funicular tenha se rompido, provocando o descarrilamento. O sindicato dos condutores, Fectrans, disse à imprensa que vinha denunciando falhas de manutenção desde 2022. A Carris, empresa responsável pelo serviço, rebateu dizendo que as revisões estavam em dia. A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes também vai investigar.

O Elevador da Glória é mais do que uma atração turística. Ele liga a Praça dos Restauradores, na cidade baixa, ao Bairro Alto, e transporta cerca de 3 milhões de passageiros todos os anos. O bonde amarelo e branco, que sobe e desce ladeiras íngremes, é usado tanto por turistas quanto por moradores.

Na cena do acidente, restaram marcas de destruição: a lateral do veículo retorcida, a capota amassada e pedaços da fachada do prédio arrancados pelo impacto. Socorristas trabalharam durante horas em meio ao cenário caótico.

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa manifestou solidariedade às famílias das vítimas. O governo decretou luto oficial e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, suspendeu sua agenda pública.