Maduro reage a ofensiva dos EUA no Caribe e diz que Venezuela está pronta para a guerra

O regime de Nicolás Maduro voltou a acirrar o tom contra os Estados Unidos. Neste domingo, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, afirmou que a Venezuela está pronta para reagir caso forças americanas avancem sobre o território do país. Washington prepara o envio de navios de guerra para o Caribe, em uma ofensiva contra o narcotráfico na região.
“Le digo yo a los imperialistas del norte (que) nosotros estamos preparándonos y vamos a luchar, vamos a luchar si ustedes se atreven a poner un pie en Venezuela”, declarou Padrino, em pronunciamento transmitido pela emissora estatal Venezolana de Televisión.
O ministro acusou os EUA de quererem “apoderarse del mar Caribe” e garantiu que as Forças Armadas seguem em vigilância constante por mar e ar. Disse ainda que o chavismo se organiza para responder “ante cualquier circunstancia” e “cualquier agresión de cualquier intensidad o naturaleza” contra a “sagrada soberanía” do país.
Na mesma linha, Padrino apelou à comunidade internacional para observar de perto o que chamou de “nova agressão do império norte-americano”, que, segundo ele, “no tendrá impacto solamente en Venezuela sino en toda” a América Latina e o Caribe.
O ministro também acusou Washington de promover um “asedio contra la patria”, impondo sanções “groseras y vulgares” e perseguindo economicamente Caracas, com o objetivo de provocar ruptura interna. “Esse assédio”, afirmou, teria servido para fortalecer a Venezuela e acelerar o alistamento de milicianos.
De acordo com números divulgados pelo regime, 10.380 militares estão mobilizados no país, somados a cerca de 15 mil integrantes da FANB e milicianos nos estados de Táchira e Zulia, fronteiriços com a Colômbia.
Em 2024, o governo chavista afirma ter apreendido mais de 55 toneladas de drogas, além de armas, munições, embarcações, combustível, aeronaves ligadas ao tráfico e até pistas clandestinas. Também foram destruídos acampamentos irregulares e estaleiros usados por organizações criminosas.
A vice-presidente Delcy Rodríguez reforçou a retórica no sábado. Em discurso durante o alistamento de novos milicianos, pediu que os EUA cuidem dos “terribles problemas” que atingem o povo norte-americano e se mantenham afastados do território venezuelano.
“Las peores calamidades del pueblo estadounidense están por venir si ellos se atreven a agredir”, disse Rodríguez, que também comanda a pasta de Hidrocarbonetos.
Enquanto isso, o governo americano ampliou a recompensa pela captura de Maduro para 50 milhões de dólares, acusando o ditador de violar leis de narcóticos.
Segundo o Pentágono, três navios lança-mísseis devem ser deslocados para águas internacionais próximas à Venezuela nos próximos dias, como parte da estratégia de combate ao narcotráfico determinada pelo então presidente Donald Trump.
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